Celebração da Paixão do Senhor

 SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos, com exceção da Penitência e da Unção dos Enfermos.

Neste dia, a sagrada comunhão só pode ser distribuída aos fiéis durante a celebração da Paixão do Senhor, mas poderá ser levada a qualquer hora aos doentes que não possam participar da celebração.

O altar esteja totalmente despojado: sem cruz, castiçais ou toalha.


CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
   
Na tarde da sexta-feira, pelas três horas, a não ser que por razões pastorais aconselhem horas mais tardias, procede-se à celebração da Paixão do Senhor, que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da Cruz e sagrada Comunhão.

Ⓗ A celebração da Paixão do Senhor pode ser celebrada em qualquer horário da sexta-feira santa.

Ⓔ O Bispo, ao presidir a Celebração, se revestirá dos paramentos habituais para a missa, casula vermelha e mitra simples (inteiramente branca); mas, não usará dalmática sob a casula, nem o báculo e nem o anel episcopal. Deporá a mitra ao chegar no altar, antes de se prostrar ou se ajoelhar.

O sacerdote e o diácono, em vestes sagradas de cor vermelha como para a Missa, aproximam-se do altar em silêncio do altar, fazem-lhe reverência e prostram-se ou, se for o caso, ajoelham-se por algum tempo. Todos os outros se ajoelham.
 
O sacerdote, com os ministros, dirige-se à cadeira. Voltado para a assembleia e de braços abertos profere uma das seguintes orações, omitindo o convite Oremos.

Oração
Lembrai-vos de vossas misericórdia, Senhor, e santificai com vossa eterna proteção vossos fiéis, pelos quais o Cristo, vosso Filho, instituiu, por seu sangue, o mistério pascal. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
℟.: Amém.

Ou:
Ó Deus, pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todo o gênero humano. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terrestre, possamos manter pela graça a imagem do homem celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.

PRIMEIRA PARTE:
LITURGIA DA PALAVRA
 
Estando todos sentados, faz-se a Primeira Leitura tirada do livro do Profeta Isaías (Is 52, 13-53,12) com seu salmo.

Primeira leitura (Is 52, 13-53,12)
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano -, do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós. Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca. Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo, foi golpeado até morrer. Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal, nem se encontrou falsidade em suas palavras. O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o Justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial (Sl 30)
— Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
— Senhor, eu ponho em vós minha esperança;  que eu não fique envergonhado eternamente! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,  porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
— Tornei-me o opróbrio do inimigo,  o desprezo e zombaria dos vizinhos, e objeto de pavor para os amigos;  fogem de mim os que me veem pela rua. Os corações me esqueceram como um morto,  e tornei-me como um vaso espedaçado.
— A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino;  libertai-me do inimigo e do opressor!
— Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão! Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao Senhor vos confiais
 
Segue-se a Segunda Leitura tirada da Epístola aos Hebreus (Hb 4, 14-16; 5, 7-9) e o canto antes do Evangelho.

Segunda leitura (Hb 4, 14-16; 5, 7-9)
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos: Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno. Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e suplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
Palavra do Senhor.

Aclamação ao Evangelho (Fl 2,8-9)
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.
Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz. Pelo que o Senhor Deus o exaltou, e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.

Em seguida, faz-se a leitura da história da Paixão do Senhor segundo João (Jo 18, 1- 19,42) como no domingo anterior.

Ⓗ A história da Paixão do Senhor se lê sem velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o sacerdote, se for possível. Só os diáconos, mas não os outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do Evangelho.

Ⓔ O Bispo depõe a mitra e levanta-se.
 
História da Paixão do Senhor (Jo 18, 1- 19,42)
ⒽAs falas do Cristo () podem ser feitas pelo diácono, por um concelebrante ou pelo próprio presidente, se este for tomar parte no Evangelho.
 
Narrador: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.
Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:
℣.: “A quem procurais?”
Narrador: Responderam:
℟.: “A Jesus, o Nazareno”.
Narrador: Ele disse:
℣.: “Sou eu”.
Narrador: Judas, o traidor, estava junto com eles. Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. De novo lhes perguntou:
℣.: “A quem procurais?”
Narrador: Eles responderam:
℟.: “A Jesus, o Nazareno”.
Narrador: Jesus respondeu:
℣.: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”.
Narrador: Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
℣.:  “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Narrador: Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. Então Jesus disse a Pedro:
℣.: “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”
Narrador: Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:
Leitor: “É preferível que um só morra pelo povo”.
Narrador: Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. A criada que guardava a porta disse a Pedro:
Leitor: “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?”
Narrador: Ele respondeu:
Leitor: “Não”.
Narrador: Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. Jesus lhe respondeu:
℣.: “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
Narrador: Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:
Leitor: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?”
Narrador: Respondeu-lhe Jesus:
℣.: “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
Narrador: Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
Leitor: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?”
Narrador: Pedro negou:
Leitor: “Não!”
Narrador: Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
Leitor: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Narrador: Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:
Leitor: “Que acusação apresentais contra este homem?”
Narrador: Eles responderam:
℟.: “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”
Narrador: Pilatos disse:
Leitor: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”.
Narrador: Os judeus lhe responderam:
℟.: “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
Narrador: Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:
Leitor: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador: Jesus respondeu:
℣.: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
Narrador: Pilatos falou:
Leitor: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”.
Narrador: Jesus respondeu:
℣.: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
Narrador: Pilatos disse a Jesus:
Leitor: “Então, tu és rei?”
Narrador: Jesus respondeu:
℣.: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Narrador: Pilatos disse a Jesus:
Leitor: “O que é a verdade?”
Narrador: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes:
Leitor: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
Narrador: Então, começaram a gritar de novo:
℟.: “Este não, mas Barrabás!”
Narrador: Barrabás era um bandido. Então Pilatos mandou flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, aproximavam-se dele e diziam:
℟.: “Viva o rei dos judeus!”
Narrador: E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
Leitor: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum”.
Narrador: Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes:
Leitor: “Eis o homem!”
Narrador: Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
℟.:“Crucifica-o! Crucifica-o!”
Narrador: Pilatos respondeu:
Leitor: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”.
Narrador: Os judeus responderam:
℟.: “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.
Narrador: Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus:
Leitor: “De onde és tu?”
Narrador: Jesus ficou calado. Então Pilatos disse:
Leitor: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?”
Narrador: Jesus respondeu:
℣.: “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Narrador: Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
℟.: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”.
Narrador: Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico Gábata”. Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
Leitor: “Eis o vosso rei!”
Narrador: Eles, porém, gritavam:
℟.: “Fora! Fora! Crucifica-o!”
Narrador: Pilatos disse:
Leitor: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Narrador: Os sumos sacerdotes responderam:
℟.: “Não temos outro rei senão César”.
Narrador: Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”. Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:
℟.: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
Narrador: Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
Leitor: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”.
Narrador: Pilatos respondeu:
Leitor: “O que escrevi, está escrito”.
Narrador: Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo. Disseram então entre si:
Leitor: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”.
Narrador: Assim se cumpria a Escritura que diz:
℟.: “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”.
Narrador: Assim procederam os soldados. Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
℣.: “Mulher, este é o teu filho”.
Narrador: Depois disse ao discípulo:
℣.: “Esta é a tua mãe”.
Narrador: Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
℣.: “Tenho sede”.
Narrador: Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse:
℣.: “Tudo está consumado”.
Narrador: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
 
Todos se ajoelham e permanecem uns instantes em silêncio.
 
Narrador: Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”. E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram”. Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus —, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.
Palavra da Salvação
℟.: Glória a vós, Senhor.

Após a leitura da Paixão do Senhor, o sacerdote faz uma breve homilia. Terminada a homilia, os fiéis podem ser convidados a um breve tempo de silêncio.

ORAÇÃO UNIVERSAL

A liturgia da Palavra é encerrada com a oração universal, do seguinte modo: o diácono, se houver, ou em sua ausência, um ministro leigo, junto ao ambão, faz o convite que exprime a intenção. Em seguida todos oram por algum tempo em silêncio; depois o sacerdote, de pé, junto à cadeira ou, se for oportuno, ao altar, de braços abertos, diz a oração. Durante todo o tempo das orações, os fiéis podem ficar ajoelhados ou de pé.

Conforme a tradição, antes da oração do sacerdote, o diácono pode fazer o convite Ajoelhemo-nos - Levantemo-nos, e todos se ajoelham para a oração em silêncio.

No entanto, as Conferências Episcopais podem propor outros convites para introduzir as orações do sacerdote.

Em grave necessidade pública, o Bispo diocesano pode permitir ou determinar uma intenção especial.

Ⓔ O Bispo preside a oração universal sem mitra.
 
I. Pela Santa Igreja
℣.: Oremos, irmãos e irmãs caríssimos, pela santa Igreja de Deus: que o Senhor nosso Deus lhe dê a paz e a unidade, que ele a proteja por toda a terra e nos conceda uma vida calma e tranquila, para sua própria glória.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, que em Cristo revelastes a vossa glória a todos os povos, velai sobre a obra do vosso amor, para que vossa Igreja, presente no mundo inteiro, persevere inabalável na fé e proclame sempre o vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
II. Pelo Papa
℣.: Oremos pelo nosso santo Padre, o Papa N., para que Deus nosso Senhor, que o escolheu para o Episcopado, o conserve são e salvo à frente da sua Igreja, para governar o povo santo de Deus.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, em cuja sabedoria tudo tem seu fundamento dignai-vos escutar nossos pedidos e protegei com amor o Pontífice que escolhestes, para que o povo cristão, que governais por meio dele, possa crescer em sua fé. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
III. Por todos os membros da Igreja
℣.: Oremos pelo nosso Bispo N.*, por todos os bispos, presbíteros e diáconos da Igreja e por todo o povo fiel.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, que santificais e governais pelo vosso Espírito todo o corpo da Igreja, escutai as suplicas que vos dirigimos pelos vossos ministros, e fazei que todos, pelo dom da vossa graça, vos sirva com fidelidade. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
IV. Pelos catecúmenos
℣.: Oremos pelos (nossos) catecúmenos: que o Senhor nosso Deus abra os ouvidos dos seus corações e a porta da misericórdia, para que, tendo recebido nas águas do batismo o perdão de todos os seus pecados, sejam incorporados no Cristo Jesus, nosso Senhor.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, que por novos filhos e filhas tornais fecunda a vossa Igreja, aumentai a fé e o entendimento dos (nossos) catecúmenos, para que, renascidos na fonte do batismo, sejam contados entre os vossos filhos adotivos. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
V. Pela unidade dos cristãos
℣.: Oremos por todos os nossos irmãos e irmãs que creem no Cristo, para que nosso Deus e Senhor se digne reunir e conservar na unidade da sua Igreja todos os que vivem segundo a verdade.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, que reunis o que está disperso e conservais o que está unido, velai sobre o rebanho do vosso Filho. Que a integridade da fé e os laços da caridade unam os que foram consagrados por um só Batismo. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
VI. Pelos judeus
℣.: Oremos pelos Judeus, aos quais o Senhor nosso Deus falou em primeiro lugar, para que lhes conceda crescer na fidelidade de sua aliança e no amor do seu nome.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, que fizestes vossas promessas a Abraão e seus descendentes, escutai benigno as preces da vossa Igreja. Que o povo da primeira aliança chegue à plenitude da vossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
VII. Pelos que não creem em Cristo
℣.: Oremos pelos que não creem em Cristo, para que, iluminados pelo Espírito Santo, possam também eles ingressar no caminho da salvação.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, dai aos que não creem em Cristo, que, caminhando sob o vosso olhar com sinceridade de coração, encontrem a verdade. E nós, amando-nos melhor uns aos outros, participando com maior solicitude do mistério da vossa vida, sejamos no mundo testemunhas mais fiéis da vossa bondade. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
VIII. Pelos que não creem em Deus
℣.: Oremos pelos que não reconhecem a Deus, para que, buscando de coração sincero o que é reto, mereçam chegar ao Deus verdadeiro.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, vós criastes todos os seres humanos e pusestes em seu coração o desejo de procurar-vos para que, tendo-vos encontrado, só em vós achassem repouso. Concedei que, entre as dificuldades deste mundo, discernindo os sinais da vossa bondade e vendo o testemunho das boas obras daqueles que creem em vós, tenham a alegria de proclamar que sois o único Deus verdadeiro e Pai de todos os seres humanos. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
IX. Pelos governantes
℣.: Oremos por todos os governantes: que Deus nosso Senhor, segundo sua vontade, lhes dirija o espírito e o coração para a verdadeira paz e liberdade de todos.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, que tendes na mão o coração dos seres humanos e o direito dos povos, olhai com bondade aqueles que nos governam. Que por vossa graça se consolidem por toda a terra a prosperidade das nações, a segurança da paz, e a liberdade religiosa. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
XPor todos os que sofrem
℣.: Oremos, irmãos e irmãs, a Deus Pai todo-poderoso, para que livre o mundo de todo erro, expulse as doenças e afugente a fome, abra as prisões e liberte os cativos, vele pela segurança dos viajantes, repatrie os exilados, dê saúde aos doentes e a salvação aos que agonizam.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, sois a consolação dos aflitos e a força dos que labutam. Cheguem até vós as preces dos que clamam em sua aflição, sejam quais forem os seus sofrimentos, para que em suas provações se alegrem com o socorro da vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
SEGUNDA PARTE:
ADORAÇÃO DA CRUZ

Terminada a oração universal, faz-se a solene adoração da Cruz. Escolha-se, das duas formas propostas, a mais conveniente de acordo com as exigências pastorais.
 
APRESENTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Primeira forma
O diácono com os ministros, ou outro ministro idôneo, dirige-se à sacristia, de onde traz em procissão a Cruz coberta com um véu roxo, acompanhado por dois ministros com velas acesas, caminha pela nave principal da igreja ao centro do presbitério.

O sacerdote, de pé diante do altar, virado para a assembleia, recebe a Cruz, descobre-lhe um pouco a parte superior e a eleva, começando a cantar Eis o lenho da cruz, sendo ajudado no canto pelo diácono ou, se for preciso, pelo coro. Todos respondem: Vinde, adoremos. Terminado o canto todos se ajoelham e adoram durante um momento de silêncio, enquanto o sacerdote continua de pé com a Cruz erguida.

℣.: Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo.
℟.: Vinde, adoremos!

Em seguida, o sacerdote descobre o braço direito da Cruz e, elevando-a de novo, começa a cantar Eis o lenho, e prossegue-se como acima.

Finalmente descobre a Cruz por inteiro e, elevando-a, começa a cantar pela terceira vez Eis o lenho, e prossegue-se como da primeira vez.

Segunda forma
O sacerdote, ou o diácono, com os ministros ou outro ministro idôneo, dirige-se à porta da igreja, onde recebe a Cruz sem véu. Acompanhado pelos ministros com velas acesas, faz a procissão pela nave da igreja até o presbitério. Junto à porta principal, no meio da igreja e à entrada do presbitério, de pé, ergue a Cruz e canta Eis o lenho, e todos respondem: Vinde, adoremos. Depois de cada resposta, todos se ajoelham e adoram durante alguns momentos em silêncio, como na primeira forma da apresentação da santa Cruz.
 
ADORAÇÃO DA CRUZ

Em seguida, acompanhado por dois ministros com velas acesas, o sacerdote, ou o diácono, leva a Cruz à entrada do presbitério ou outro lugar conveniente; ali ele a depõe ou entrega aos ministros, que a seguram; as velas são colocadas à direita e à esquerda da Cruz.

Ⓔ O Bispo, para a adoração da cruz, vai sem mitra, sem casula e, se lhe parecer bem, sem sapatos e de cabeça descoberta. Tendo adorado a cruz, recebe os sapatos, a casula e o solidéu e senta-se na cátedra, sem mitra.

Para a adoração da Cruz, aproxima-se primeiro só o sacerdote que preside a celebração, tendo tirado, se for oportuno, a casula e os sapatos. Depois seguem o clero, os ministros leigos e os fiéis, como em procissão, exprimindo a sua reverência à Cruz por uma simples genuflexão ou outro sinal apropriado, conforme o costume da região, por exemplo, beijando a Cruz.

Deve-se apresentar à adoração uma só Cruz. Se, por causa do grande número de fiéis, não for possível todos se aproximarem individualmente, depois que parte do clero e dos fiéis realizaram a adoração, o sacerdote toma a Cruz e, de pé diante do altar, em breves palavras convida a assembleia para a adoração da Cruz; depois, por algum tempo, ergue-a mais alto para os fiéis adorarem em silêncio.

Durante a adoração da Cruz, cantam-se a antífona Adoramos, Senhor vosso madeiro, os Lamentos, o hino Cruz fiel ou outros cânticos apropriados; todos os que já realizaram a adoração permanecem sentados.
 
CANTOS PARA A ADORAÇÃO DA CRUZ

Refrão:
Adoramos, Senhor, vosso madeiro;
vossa ressurreição nós celebramos.
A alegria chegou ao mundo inteiro
pela Cruz que nós hoje veneramos!
 
Cf. Sl 66, 2-8

— Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, 
e sua face resplandeça sobre nós! 
— Que na terra se conheça o seu caminho 
e a sua salvação por entre os povos. 

— Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, 
que todas as nações vos glorifiquem! 

— Exulte de alegria a terra inteira, 
pois julgais o universo com justiça; 
— os povos governais com retidão, 
e guiais, em toda a terra, as nações. 

— Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, 
que todas as nações vos glorifiquem! 

— A terra produziu sua colheita: 
o Senhor e nosso Deus nos abençoa. 
— Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, 
e o respeitem os confins de toda a terra!
 
Lamentos do Senhor

1.  Povo meu, que te fiz eu?
Dize em que te contristei!
Por que à morte me entregaste?
Em que foi que te faltei?

Refrão:
Deus Santo, 
Deus forte, 
Deus imortal,
tende piedade de nós!

2. Eu te fiz sair do Egito,
com maná te alimentei.
Preparei-te bela terra.
Tu, a cruz para o teu Rei!

3. Bela vinha eu te plantara,
tu plantaste a lança em mim.
Águas doces eu te dava.
Foste amargo até o fim!

4. Flagelei por ti o Egito,
primogênitos matei.
Tu, porém, me flagelaste,
entregaste o próprio Rei!

5. Eu te abri o Mar Vermelho,
tu me abriste o coração.
A Pilatos me levaste,
eu te levei pela mão!

6. Só na cruz tu me exaltaste,
quando em tudo te exaltei.
Que mais podia eu ter feito?
Em que foi que te faltei?

Hino

Refrão:
Fiel madeiro da santa Cruz,
Ó árvore sem rival.
Que selva outro lenho produz,
que traga em si fruto igual?
Quão doce peso conduz
Ó lenho celestial! 
Fiel madeiro da santa cruz,
Ó árvore sem rival!

1. Cantem meus lábios a luta
que sobre a cruz se travou;
cantem o nobre triunfo
que no madeiro alcançou
o Redentor do universo,
quando por nós se imolou.

2. O Criador teve pena
do primitivo casal,
que foi ferido de morte,
comendo o fruto fatal,
e marcou logo outra árvore,
para curar-nos do mal.

3. Tal ordem foi exigida
na obra da salvação:
cai o inimigo no laço
de sua própria invenção.
Do próprio lenho da morte
Deus fez nascer redenção.

4. Na plenitude dos tempos,
a hora santa chegou
e, pelo Pai enviado,
nasceu do mundo o autor;
e duma Virgem no seio
a nossa carne tomou.

5. Seis lustros tendo passado, 
cumpriu a sua missão.
Só para ela nascido,
livre se entrega à Paixão.
Na cruz se eleva o Cordeiro,
como perfeita oblação.

Nunca se omite a conclusão:

6. Glória e poder à Trindade.
Ao Pai e ao Filho, louvor.
Honra ao Espírito Santo.
Eterna glória ao Senhor,
que nos salvou pela graça
e nos reuniu no amor.
 
Conforme as condições dos lugares ou as tradições do povo, e se for pastoralmente oportuno, pode-se cantar De pé a Mãe doloros, ou outro canto adequado em memória das dores da Bem-aventurada Virgem Maria.

Terminada a adoração, a Cruz é levada pelo diácono ou outro ministro ao seu lugar junto do altar. As velas acesas são colocadas ao lado, ou sobre o altar, ou perto da Cruz.
 
TERCEIRA PARTE:
SAGRADA COMUNHÃO

Sobre o altar estende-se a toalha e colocam-se o corporal e o Missal. O diácono ou, na falta dele, o próprio sacerdote, com o véu umeral, traz o Santíssimo Sacramento do local da reposição, pelo caminho mais curto ao altar, enquanto todos ficam de pé em silêncio. Dois ministros com velas acesas acompanham o Santíssimo Sacramento e colocam os castiçais sobre o altar ou perto dele.
 
Ⓔ O Bispo depõe o solidéu.

Tendo o diácono, se houver, colocado o Santíssimo Sacramento sobre o altar e descoberto o cibório, o sacerdote aproxima-se do altar e faz uma genuflexão.

Em seguida, o sacerdote diz, com voz alta, de mãos unidas:
Pres.: Obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer:
O sacerdote, de braços abertos, prossegue com a assembleia:
℟.: Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade,  assim na terra como no céu;  o pão nosso de cada dia nos daí hoje,  perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

O sacerdote prossegue sozinho, de braços abertos:
Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança e a vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo.
O sacerdote une as mãos. O povo conclui a oração, aclamando:
℟.: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre! 

O sacerdote, de mãos unidas, reza em silêncio:
Pres.: Senhor Jesus Cristo, o vosso Corpo e o vosso Sangue, que vou receber, não se tornem causa de juízo e condenação; mas, por vossa bondade, sejam proteção e remédio para minha vida.

Em seguida, ele faz genuflexão, toma uma partícula na mão e, elevando-a um pouco sobre o cibório, diz em voz alta, voltado para a assembleia:
Felizes os convidados para a ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
E acrescenta, com a assembleia, uma só vez:
Ass: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
 
E, voltado para o altar, comunga com reverência o Corpo de Cristo, rezando em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde.

Em seguida, distribui a Comunhão aos fiéis. Durante a Comunhão pode-se entoar o salmo 21 ou outro canto apropriado.

Terminada a distribuição da Comunhão, o cibório é transportado pelo diácono ou por um outro ministro idôneo para um lugar preparado fora da igreja ou, se as circunstâncias o exigirem, reposto no tabernáculo.

Ⓔ O Bispo faz a oração sem solidéu.

Em seguida, o sacerdote diz: Oremos; e tendo-se observado, se for oportuno, um momento de sagrado silêncio, ele diz a oração depois da Comunhão:
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos renovastes pela santa morte e ressurreição do vosso Cristo, conservai em nós a obra da vossa misericórdia, para que, pela participação neste mistério vos consagremos sempre a nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.

À despedida, o diácono ou, na sua ausência, o próprio sacerdote pode fazer o convite: Inclinai-vos para a bênção.

Em seguida, o sacerdote, voltado para a assembleia e com as mãos estendidas sobre ela, diz esta oração sobre o povo:
Que a vossa bênção, Senhor, desça copiosa sobre o vosso povo, que acaba de celebrar a morte do vosso Filho na esperança da sua ressurreição. Venha o vosso perdão, seja dado o vosso consolo, cresça a fé verdadeira e a redenção eterna se confirme. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.

E todos, feita uma genuflexão diante da Cruz, retiram-se em silêncio.

Ⓔ O Bispo recebe o solidéu e a mitra.

Depois da celebração, o altar é desnudado, deixando-se, todavia, sobre ele a Cruz com dois ou quatro castiçais.

Os que participaram da solene ação litúrgica da tarde não celebram as vésperas.