2 de fevereiro
APRESENTAÇÃO DO SENHOR
Festa
Festa
Esta festa da Apresentação de Jesus no Templo (cf Lc 2,21-35) teve origem no Oriente com o nome de "Hipapante", isto é, "Encontro". No séc. VI, estendeu-se ao Ocidente com desdobramentos próprios: em Roma, com caráter mais penitencial e, na Gália, com a solene bênção e procissão das velas, que desenvolve o símbolo da luz e deu origem ao termo "Candelária". No sinal visível das velas, a Igreja encontra e acolhe, na fé, aquele que é "a luz dos homens" e o anuncia a todas as nações. "Evoca-se, ao mesmo tempo, a memória do Filho e de sua Mãe; quer dizer, é a celebração de um mistério da Salvação operado por Cristo, em que a Virgem Santíssima esteve a ele intimamente unida, como Mãe do Servo sofredor e ícone do novo Povo de Deus" (cf. Marialis Cultus, 7).
Bênção e procissão das velas
PRIMEIRA FORMA: PROCISSÃO
Na hora conveniente, os fiéis se reúnem numa igreja menor ou em outro lugar adequado, fora da Igreja à qual se dirige a procissão. Trazem nas mãos velas ainda não acesas.
Aproxima-se o sacerdote com os ministros, em vestes sagradas de cor branca como para a Missa. Em lugar da casula, o sacerdote poderá usar o pluvial até o fim da procissão.
Enquanto se acendem as velas, canta-se a seguinte antífona ou outro canto apropriado:
Ant.: Eis que o Senhor virá com poder
para iluminar os olhos de seus servos, aleluia.
Ⓔ O Bispo depõe a mitra e o báculo.
Terminado o canto, o sacerdote, voltado para o povo, diz:
Pres.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
O povo responde:
℟.: Amém.
O povo responde:
℟.: Amém.
Depois saúda o povo, como de costume, e faz uma exortação introdutória, convidando os fiéis a celebrarem de modo ativo e consciente o rito da festa, com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Irmãos e irmãs, há quarenta dias celebrávamos com alegria o Natal do Senhor. Hoje chegou o dia em que Jesus foi apresentado ao templo por Maria e José. Exteriormente cumpriu a lei, mas na realidade veio ao encontro do seu povo fiel. Impulsionados pelo Espírito Santo, o velho Simeão e a profetisa Ana vieram também ao templo. Iluminados pelo mesmo Espírito, reconheceram o seu Senhor e o anunciaram com júbilo. Assim também nós, congregados pelo Espírito Santo, vamos nos dirigir à casa de Deus, ao encontro de Cristo. Nós o encontraremos e o reconheceremos na fração do pão, enquanto esperamos a sua vinda na glória.
Depois da exortação, o sacerdote benze as velas, dizendo:
Pres.: Oremos.
E, abrindo os braços, prossegue:
Deus, fonte e origem de toda luz, que hoje mostrastes ao justo Simeão a luz que ilumina as nações, nós vos pedimos humildemente: santificai com a vossa + bênção estas velas e atendei as preces do vosso povo que se reuniu, trazendo-as para o louvor do vosso nome. Fazei que, seguindo o caminho da virtude, possamos chegar à luz que não se apaga, Jesus Cristo, que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Ou:
Pres.: Oremos.
E, abrindo os braços, prossegue:
Ó Deus, luz verdadeira, autor e doador da luz eterna, infundi nos corações dos vossos fiéis a claridade da luz que não se apaga, para que, iluminadas neste templo santo, pelo fulgor destas velas, possam chegar felizes à luz da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
De qualquer forma, o povo aclama:
℟.: Amém.
℟.: Amém.
Asperge as velas com água benta, em silêncio e coloca o incenso para a procissão.
Ⓔ O Bispo recebe a mitra e sua vela.
O sacerdote recebe do diácono ou outro ministro, a vela acesa preparada para ele inicia-se a procissão, com o convite do diácono (ou, na falta dele, do próprio sacerdote):
℣.: Vamos em paz ao encontro do Senhor.
Ou:
℣.: Sigamos em paz.
Neste caso, todos respondem:
℟.: Em nome de Cristo. Amém.
Todos levam velas acesas. Durante a procissão, canta-se uma das seguintes antífonas: Uma luz que brilhará, com o cântico de Simeão (Lc 2,29-32), Adorna tua morada, ou outro canto adequado.
I
Ant.: Uma luz brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.
A antífona pode ser repetida entre as estrofes deste canto.
Deixai, agora, vosso servo ir em paz,
conforme prometestes, ó Senhor.
Ant.: Uma luz brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.
Pois meus olhos viram vossa salvação.
Que preparastes ante a face das nações.
Ant.: Uma luz brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.
II
Adorna tua morada, ó Sião, e recebe o Cristo Rei,
acolhe com afeição Maria, que é porta do céu.
Ela traz consigo o Rei da glória, da nova luz;
permanecendo Virgem,
traz nas mãos o Filho gerado antes da aurora.
Simeão, recebendo-o em seus braços, anuncia aos povos:
este é o Senhor da vida e da morte, é o Salvador do mundo.
Ao entrar a procissão na igreja, canta-se a antífona da entrada da Missa. Chegando ao altar, o sacerdote o saúda e, se for oportuno, o incensa. Em seguida, vai à cadeira e, se usou o pluvial, troca-o pela casula. Depois do canto do Glória, diz a Coleta e a Missa prossegue do modo habitual.
SEGUNDA FORMA: ENTRADA SOLENE
Onde não pode haver a procissão, os fiéis reúnem-se na igreja com as velas nas mãos. O sacerdote, em vestes sagradas de cor branca como para a Missa, com os ministros e uma delegação de fiéis, dirige-se a um lugar apropriado, quer diante da porta da igreja, quer no seu interior, onde pelo menos grande parte dos fiéis possa participar do rito com facilidade.
Quando o sacerdote chega ao lugar designado para a bênção, acendem-se as velas enquanto se canta a antífona: Eis que virá o Senhor ou outro canto apropriado.
Ant.: Eis que o Senhor virá com poder
para iluminar os olhos de seus servos, aleluia.
Depois da saudação e exortação, o sacerdote benze as velas, como descrito na primeira forma, e faz-se a procissão até o altar, com um dos cantos elencados na primeira forma (Uma luz que brilhará, com o cântico de Simeão ou Adorna tua morada), ou outro apropriado. Na missa, observe-se o que foi dito na última rubrica da primeira forma.
Missa
Antífona da entrada (Cf. Sl 47,10-11)
Recebemos, Senhor, vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Como vosso nome, ó Deus,
assim vosso louvor ressoa até os confins da terra;
vossa destra está cheia de justiça.
Diz-se o Glória.
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, humildemente vos suplicamos: assim como o vosso Filho único, revestido da natureza humana, foi hoje apresentado no templo, fazei que, também nós, possamos nos apresentar diante de vós com os corações purificados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira leitura (Ml 3, 1-4)
Leitura da Profecia de Malaquias.
Assim diz o Senhor: Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial (Sl 23)
— O Rei da glória é o Senhor onipotente!
— “Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!”
— Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” “É o Senhor, o valoroso, o onipotente, o Senhor, o poderoso nas batalhas!”
— “Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!”
— Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” “O Rei da glória é o Senhor onipotente, o Rei da glória é o Senhor Deus do universo”.
Segunda leitura (Hb 2, 14-18)
Ⓗ Quando esta festa é celebrada num dia de semana, não faz-se segunda leitura. Esta leitura, por sua vez, pode ser feita como primeira leitura.
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos,Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação.
Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho (Lc 2, 32)
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Sois a luz que brilhará para os gentios, e para a glória de Israel, o vosso povo.
Evangelho (Lc 2, 22-40)
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas.
Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
Palavra da Salvação.
Quando esta festa é celebrada no domingo, diz-se o Creio.
Sobre as oferendas
Senhor, quisestes que o vosso Filho Unigênito se oferecesse a vós como Cordeiro sem mancha pela vida do mundo, fazei que vos seja agradável a oblação da vossa Igreja em festa. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio: O Mistério da Apresentação do Senhor
Pres.: O Senhor esteja convosco.
℟.: Ele está no meio de nós.
℟.: Ele está no meio de nós.
Pres.: Corações ao alto.
℟.: O nosso coração está em Deus.
℟.: O nosso coração está em Deus.
Pres.: Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
℟.: É nosso dever e nossa salvação.
℟.: É nosso dever e nossa salvação.
Pres.: Na verdade, é digno e justo, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Hoje, vosso Filho, eterno como vós, é apresentado no templo e declarado pelo Espírito Santo glória de Israel e luz das nações. Por isso, também nós corremos alegres ao encontro do Salvador; e, com os anjos e santos, proclamamos a vossa glória, cantando (dizendo) a uma só voz:
℟.: Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo. O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!
Antífona da comunhão (Cf. Lc 2,30-31)
Meus olhos viram vossa salvação
que preparastes ante a face das nações.
Depois da comunhão
Por este sacramento que recebemos, Senhor, completai em nós a obra da vossa graça; como correspondentes à esperança de Simeão, não consentido que morresse antes de acolher o Cristo, concedei também a nós que, caminhando ao encontro do Senhor, alcancemos a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.