Vigília Pascal na Noite Santa

 TEMPO PASCAL

DOMINGO DA PÁSCOA
NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
  
VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA
 
Segundo antiquíssima tradição, esta noite é ''uma vigília em honra do Senhor'' (Ex 12,42). Assim os fiéis, segundo a advertência do Evangelho (Lc 12,35ss), tendo nas mãos lâmpadas acesas, sejam como quem espera o Senhor, para que, ao voltar, ele os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa.
 
A Vigília desta noite, que é a mais sublime e nobre de todas as Solenidades, seja única em cada igreja. Ela se realiza da seguinte maneira: após a celebração da luz e da proclamação da Páscoa (que constitui a primeira parte desta Vigília), a santa Igreja medita as maravilhas que o Senhor Deus realizou desde o início para seu povo que confia em sua palavra e sua promessa (segunda parte ou liturgia da Palavra), até que ao despontar da manhã, com os novos membros que renasceram no Batismo (terceira parte), ela é convidada à mesa que o Senhor preparou para o seu povo: o memorial de sua morte e ressurreição, até que ele vinha (quarta parte).
 
Toda Vigília Pascal seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do anoitecer e sempre termine antes da aurora de domingo.

Ⓗ A Vigília Pascal pode ser celebrada após às 16h do sábado santo, por fortes razões pastorais. Estimule-se, porém, celebrações da Vigília Pascal depois do sol já ter se posto, como, de fato, cabe a essência da mesma. De qualquer modo, ela é celebrada na Noite Santa.

Mesmo celebrada antes da meia-noite, a Missa da Vigília é Missa pascal do domingo da Ressurreição.

Quem participa da Missa da noite pode de novo comungar na Missa do dia. Quem celebra ou concelebra a Missa da noite pode também celebrar ou concelebrar na Missa do dia.
 
A Vigília Pascal substitui o Ofício das Leituras.

O sacerdote é assistido pelo diácono, como de costume. Na ausência deste, as funções de sua ordem são assumidas pelo sacerdote celebrante ou um concelebrante, com exceção daquelas que serão indicadas abaixo.

O sacerdote e o diácono usam vestes sagradas de cor branca, como para a Missa.

Preparem-se velas para todos os que participam da Vigília. As luzes da igreja estejam apagadas.
 
PRIMEIRA PARTE: 
SOLENE INÍCIO DA VIGÍLIA OU LUCERNÁRIO

BÊNÇÃO DO FOGO E PREPARAÇÃO DO CÍRIO
 
Em lugar conveniente, fora da igreja, prepara-se a fogueira. Estando a assembleia reunida em volta, aproxima-se o sacerdote com os ministros, levando um deles o círio pascal. Não se trazem a cruz processional e as velas.
 
Ⓔ O Bispo adentra de mitra e báculo e os depõe chegando no lugar da fogueira.

Quando não se pode preparar o fogo fora da igreja, realiza-se o rito como adiante prescrito.

Enquanto todos fazem o sinal da cruz, o sacerdote diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, em seguida saúda a assembleia reunida como de costume, e explica brevemente o sentido da vigília noturna, com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Meus irmãos e minhas irmãs. Nesta noite santíssima, em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida, a Igreja convida os seus filhos dispersos por toda a terra a se reunirem em vigília e oração. Se comemorarmos a Páscoa do Senhor ouvindo sua palavra e celebrando seus mistérios, podemos ter a firme esperança de participar do seu triunfo sobre a morte e de sua vida em Deus.

Em seguida, o sacerdote abençoa o fogo, dizendo, com as mãos estendidas.
Pres.: Oremos.
Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes o clarão da vossa luz àqueles que creem, santificai este fogo novo. Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chegar purificados à festa da luz eterna. Por Cristo, nosso Senhor. 
℟.: Amém. 

Ⓔ O Bispo recebe a mitra.

Terminada a bênção do fogo novo, um dos ministros traz o círio pascal ao sacerdote, o qual, com um estilete, grava no círio uma cruz. Em seguida, traça em cima da cruz a letra grega Alfa, embaixo a letra ômega, e, entre os braços da cruz, os quatro algarismos que designam o ano em curso, enquanto diz o seguinte:

1. Cristo, ontem e hoje, (faz a incisão da haste vertical);
2. Princípio e Fim, (faz a incisão da haste horizontal);
3. Alfa (faz a incisão da letra Alfa em cima da haste vertical);
4. e Ômega. (faz a incisão da letra Ômega embaixo da haste vertical);
5. A ele o tempo (faz a incisão do primeiro algarismo do ano em curso sobre o ângulo esquerdo superior da cruz);
6. e a eternidade, (faz a incisão do segundo algarismo do ano em curso sobre o ângulo direito superior);
7. a glória e o poder (faz a incisão do terceiro algarismo do ano em curso no ângulo esquerdo inferior);
8. pelos séculos sem fim. Amém. (faz a incisão do quarto algarismo do ano em curso no  ângulo direito inferior);


Feita a incisão da cruz e dos outros sinais, o sacerdote pode aplicar no círio cinco grãos de incenso, em forma de cruz, enquanto diz: 
1. Por suas santas chagas, 
2. suas chagas gloriosas  
3. o Cristo Senhor 
4. nos proteja 
5. e nos guarde. Amém. 

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Onde, por algumadificuldade, não se possa acender uma fogueira, a bênção do fogo adapta-se às circunstâncias. Estando a assembleia reunida, como de costume, no interior da igreja, o sacerdote dirige-se à porta com os ministros, trazendo um deles o círio pascal. O povo, tanto quanto possível, volta-se para o sacerdote.
 
Depois da saudação e da exortação como acima, benze-se o fogo e, caso se prefira, pode-se preparar e acender o círio.
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O sacerdote acende o círio pascal com fogo novo, dizendo:
Pres.: A luz do Cristo que ressuscita resplandecente dissipe as trevas de nosso coração e nossa mente. 

Com respeito aos elementos que precedem, as Conferências Episcopais podem também estabelecer outras formas, mais daptadas à índole dos povos.

PROCISSÃO

Estando o círio aceso, um dos ministros pega carvão ardente do fogo e põe no turíbulo; o sacerdote, como de costume, coloca incenso. O diácono ou, na falta dele, outra pessoa idônea, recebe o círio pascal e organiza-se a procissão. O turiferário, com o turíbulo aceso, vai à frente do diácono ou da outra pessoa que leva o círio pascal; seguem-se o sacerdote com os ministros e o povo, todos com velas ainda não acesas nas mãos.

À porta da igreja, o diácono para e, erguendo o círio, canta:
℣.: Eis a luz de Cristo! 
E todos respondem:
℟.: Demos graças a Deus!
 
E o sacerdote acenda a sua vela no círio pascal. 

Em seguida, o diácono prossegue até o meio da igreja e, erguendo o círio, canta de novo:
℣.: Eis a luz de Cristo! 
E todos respondem:
℟.: Demos graças a Deus!

Todos acendem suas velas no fogo do círio pascal e prosseguem.

O diácono, ao chegar diante do altar, volta-se para o povo e, erguendo o círio, canta pela terceira vez:
℣.: Eis a luz de Cristo! 
E todos respondem:
℟.: Demos graças a Deus! 
 
Em seguida, o diácono coloca o círio pascal no grande candelabro, preparado junto ao ambão ou no centro do presbitério.

E acendem-se as luzes da igreja, exceto as velas do altar.

Ⓑ Contudo, sugere-se que sejam acesas apenas algumas luzes para a Liturgia da Palavra e a toalidade delas no momento do Glória.

PROCLAMAÇÃO DA PÁSCOA

Chegando ao altar, o sacerdote vai para a sua cadeira, entrega sua vela ao ministro, impõe o incenso e o abençoa, como antes do Evangelho. O diácono aproxima-se do sacerdote e, dizendo: Dá-me a tua bênção, pede e recebe a bênção do sacerdote, que diz em voz baixa: 
Pres.: Que o Senhor esteja em teu coração e em teus lábios, para que possas proclamar dignamente a sua Páscoa: em nome do Pai e do + Filho e do Espírito Santo.
O diácono responde: Amém.
Omite-se esta bênção se a Proclamação da Páscoa não for feita por um diácono.
 
Ⓔ O Bispo depõe a mitra e levanta-se, para ouvir o Precônio, segurando a vela acesa na mão.

O diácono, tendo incensado o livro e o círio, proclama a Páscoa do ambão ou do púlpito, estando todos de pé e com as velas acesas nas mãos.

Na ausência do diácono, a Proclamação da Páscoa pode ser feita pelo próprio sacerdote ou outro presbítero concelebrante. Se por necessidade um cantor leigo proclama a páscoa, ele omite as palavras: E vós, que estais aqui até o fim do convite, como também a saudação O Senhor esteja convosco.
 
A proclamação da Páscoa pode ser cantada também na forma mais breve (Ⓗentre colchetes)ou em outra versão aprovada pela Conferência Nacional dos Bispos, podendo-se acrescentar aclamações da assembleia.

℣.: [Exulte o céu, e os anjos triunfantes, 
mensageiros de Deus, desçam cantando; 
façam soar trombetas fulgurantes, 
a vitória de um Rei anunciando. 
 
Alegre-se também a terra amiga, 
que em meio a tantas luzes resplandece; 
e, vendo dissipar-se a treva antiga, 
ao sol do eterno Rei brilha e se aquece. 
 
Que a mãe Igreja alegre-se igualmente,  
erguendo as velas deste fogo novo, 
e escute, reboando de repente, 
o júbilo cantado pelo povo.]
 
(E vós, que estais aqui, irmãos queridos, 
em torno desta chama reluzente,
erguei os corações, e assim unidos,
invoquemos a Deus onipotente.
 
Ele, que por seus dons nada reclama, 
quis que entre os seus levitas me encontrasse: 
para cantar a glória desta chama, 
de sua luz um raio me traspasse! )
 
[(℣.:O Senhor esteja convosco. 
℟.: Ele está no meio de nós.)
℣.: Corações ao alto. 
℟.: O nosso coração está em Deus. 
℣.: Demos graças ao Senhor, nosso Deus. 
℟.: É nosso dever e nossa salvação. 
 
Sim, verdadeiramente é bom e justo 
cantar ao Pai de todo o coração, 
e celebrar seu Filho Jesus Cristo, 
tornado para nós um novo Adão. 
 
Foi ele quem pagou do outro a culpa, 
quando phor nós à morte se entregou: 
para apagar o antigo documento 
na cruz todo o seu sangue derramou. 
 
Pois eis agora a Páscoa, nossa festa, 
em que o real Cordeiro se imolou: 
marcando nossas portas, nossas almas, 
com seu divino sangue nos salvou. 
 
Esta é, Senhor, a noite em que do Egito 
retirastes os filhos de Israel, 
transpondo o Mar Vermelho a pé enxuto, 
rumo à terra onde correm leite e mel. 
 
Ó noite em que a coluna luminosa 
as trevas do pecado dissipou, 
e aos que creem no Cristo em toda a terra 
em novo povo eleito congregou! 
 
Ó noite em que Jesus rompeu o inferno, 
ao ressurgir da morte vencedor: 
de que nos valeria ter nascido, 
se não nos resgatasse em seu amor? 
 
Ó Deus, quão estupenda caridade 
vemos no vosso gesto fulgurar:  
não hesitais em dar o próprio Filho,
para a culpa dos servos resgatar. 
 
Ó pecado de Adão indispensável, 
pois o Cristo o dissolve em seu amor; 
ó culpa tão feliz que há merecido 
a graça de um tão grande Redentor!]
 
Só tu, noite feliz, soubeste a hora 
em que o Cristo da morte ressurgia; 
e é por isso que de ti foi escrito: 
A noite será luz para o meu dia!
 
[Pois esta noite lava todo crime, 
liberta o pecador dos seus grilhões; 
dissipa o ódio e dobra os poderosos, 
enche de luz e paz os corações. 
 
Ó noite de alegria verdadeira, 
que prostra o Faraó e ergue os hebreus, 
que une de novo ao céu a terra inteira, 
pondo na treva humana a luz de Deus. 
 
Na graça desta noite o vosso povo 
acende um sacrifício de louvor; 
acolhei, ó Pai santo, o fogo novo: 
não perde, ao dividir-se, o seu fulgor. 
 
Cera virgem de abelha generosa 
ao Cristo ressurgido trouxe a luz: 
eis de novo a coluna luminosa, 
que o vosso povo para o céu conduz. 
 
O círio que acendeu as nossas velas 
possa esta noite toda fulgurar; 
misture sua luz à das estrelas, 
cintile quando o dia despontar. 
 
Que ele possa agradar-vos como o Filho,
que triunfou da morte e vence o mal: 
Deus, que a todos acende no seu brilho, 
e um dia voltará, sol triunfal. 
 
℟.: Amém.]
 
SEGUNDA PARTE: 
LITURGIA DA PALAVRA
 
Nesta vigília, mãe de todas as vigílias, propõem-se nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas do Novo (Epístola e Evangelho); todas elas devem ser proclamadas, onde for possível, para salvaguardar a índole da Vigília, que exige uma duração prolongada.
 
Por graves razões de ordem pastoral, pode-se diminuir o número de leituras do Antigo Testamento, tendo-se porém em conta que a leitura da Palavra de Deus é o principal elemento desta Vigília Pascal. Leiam-se pelo menos três leituras do Antigo Testamento, a saber, da Lei e dos profetas e cantem-se os respectivos salmos responsoriais. A leitura do capítulo 14 do livro do Êxodo com seu cântico nunca seja omitida.

Ⓔ O Bispo diz a seguinte monição sentado e de mitra:

Apagadas as velas, sentam-se todos. Antes de começarem as leituras, o sacerdote dirige-se ao povo com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Meus irmãos e minhas irmãs, tendo iniciado solenemente esta vigília, ouçamos agora, no silêncio do coração, a Palavra de Deus. Meditemos como ele salvou outrora o seu povo e, nestes últimos tempos, enviou seu Filho como Redentor. Peçamos que o nosso Deus leve à plenitude da redenção esta obra pascal de salvação.
 
Seguem-se as leituras. O leitor dirige-se ao ambão e proclama a leitura. Em seguida, o salmista ou cantor profere o salmo, ao qual o povo se associa pelo refrão. Depois todos se levantam e o sacerdote diz: Oremos. Após um momento de silêncio, diz a oração. Pode-se também substituir o salmo responsorial por um certo tempo de silêncio; neste caso, omite-se a pausa depois do Oremos.
 
Ⓔ A cada oração, o Bispo depõe a mitra e levanta-se, e diz a oração tal como previsto acima. Sentando-se novamente, o Bispo recebe a mitra. O mesmo se faz após cada uma das leituras do Antigo Testamento.

Ⓗ A forma breve encontra-se entre colchetes.
 
Primeira leitura (Gn 1, 1 – 2,2 ou Gn 1,1. 26-31a)
[Leitura do Livro do Gênesis.
No princípio Deus criou o céu e a terra.] A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: “Faça-se a luz!” E a luz se fez. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. E à luz Deus chamou “dia” e às trevas, “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia. Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras.” E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo, das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia. Deus disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!” E assim se fez. Ao solo enxuto Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom. Deus disse: “A terra faça brotar vegetação e plantas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele a sua semente sobre a terra.” E assim se fez. E a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia. Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos, e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra.” E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir o dia, e o luzeiro menor para presidir a noite, e as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia. Deus disse: “Fervilhem as águas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu.” Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão, nas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. E Deus os abençoou, dizendo: “Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra.” Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia. Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies.” E assim se fez. Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies e todos os répteis do solo, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. [Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais de toda a terra, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra.” E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra.” E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento.” E assim se fez. E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia.E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera. 
[Palavra do Senhor. 
℟.: Graças a Deus.]
 
Salmo responsorial (Sl 103)
 Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai. 
 Bendize, ó minha alma, ao Senhor!  Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!  De majestade e esplendor vos revestis e de luz vos envolveis como num manto. 
 A terra vós firmastes em suas bases, ficará firme pelos séculos sem fim; os mares a cobriam como um manto, e as águas envolviam as montanhas. 
 Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes que passam serpeando entre as montanhas; às suas margens vêm morar os passarinhos, entre os ramos eles erguem o seu canto. 
 De vossa casa as montanhas irrigais, com vossos frutos saciais a terra inteira; fazeis crescer os verdes pastos para o gado e as plantas que são úteis para o homem. 
 Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, e que sabedoria em todas elas! Encheu-se a terra com as vossas criaturas! Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
 
Oração
Pres.: Oremos.
Deus eterno e todo-poderoso, que dispondes de modo admirável todas as vossas obras, dai aos que foram resgatados pelo vosso Filho a graça de compreender que o sacrifício do Cristo, nossa Páscoa, na plenitude dos tempos, ultrapassa em grandeza a criação do mundo realizada no princípio. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
Ou, A criação do ser humano):
Ó Deus, admirável na criação do ser humano, e mais ainda na sua redenção, dai-nos a sabedoria de resistir às atrações do pecado e chegar à eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
Segunda leitura (Gn 22, 1-18 ou Gn 22, 1-3. 9ª. 10-13. 15-18)
[Leitura do Livro do Gênesis.
Naqueles dias, Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou.” E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar.” Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado. No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. Disse, então, aos seus servos: “Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós.” Abraão tomou a lenha para o holocausto e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. Isaac disse a Abraão: “Meu pai.” — “Que queres, meu filho?”, respondeu ele. E o menino disse: “Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?” Abraão respondeu: “Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho.” E os dois continuaram caminhando juntos. [Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!” E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único.” Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho.Abraão passou a chamar aquele lugar: “O Senhor providenciará.” Donde até hoje se diz: “O monte onde o Senhor providenciará.” [O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, e lhe disse: “Juro por mim mesmo - oráculo do Senhor -, uma vez que agiste desse modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste.” 
Palavra do Senhor.
℟.: Graças a Deus.]
 
Salmo responsorial (Sl 15)
 Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! 
 Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!  Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,  pois se o tenho a meu lado não vacilo. 
 Eis porque meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
 Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado! 
 
Oração
Pres.: Oremos.
Ó Deus, Pai de todos os fiéis, vós multiplicais por toda a terra os filhos da vossa promessa, derramando sobre eles a graça da adoção e, pelo sacramento pascal, tornais vosso servo Abraão pai de todas as nações, como lhe tínheis prometido. Concedei, portanto, a todos os povos a graça de responder ao vosso chamado. Por Cristo, nosso Senhor. 
℟.: Amém.
 
Ⓗ A seguinte leitura nunca seja omitida e seja lida integramente.
 
Terceira leitura (Ex 15, 15 – 15,1)
Leitura do Livro do Êxodo.
Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu seja glorificado às custas do Faraó e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros. E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros.” Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar- -se dos outros. Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito for- te; e as águas se dividiram. Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós.” O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros.” Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só. Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico: 
 
Cântico (Ex 15)
 Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória! 
 Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória:  precipitou no mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro!  O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar, pois foi ele neste dia para mim libertação! 
 Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai, e o honrarei. O Senhor é um Deus guerreiro, o seu nome é “Onipotente”: os soldados e os carros do Faraó jogou no mar, seus melhores capitães afogou no mar Vermelho. 
 Afundaram como pedras e as ondas os cobriram. Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável! Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos! 
 Vosso povo levareis e o plantareis em vosso Monte, no lugar que preparastes para a vossa habitação, no Santuário construído pelas vossas próprias mãos. O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!
 
Oração
Pres.: Oremos.
Ó Deus, vemos brilhar ainda em nossos dias as vossas antigas maravilhas. Como manifestastes outrora o vosso poder, libertando um só povo da perseguição do Faraó, realizais agora a salvação de todas as nações, nas águas do Batismo. Concedei a todos os povos da terra tornarem-se filhos de Abraão e participantes da dignidade do povo eleito. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.

Ou:
Ó Deus, à luz do Novo Testamento nos fiizestes compreeder os prodígios de outrora prefigurando no Mar Vermelho a fonte batismal e, naqueles que libertastes da escravidão, o povo que renasce do Batismo. Concedei a todos os povos que, participando pela fé do privilégio de Israel, renasçam pelo dom do vosso Espírito. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
Quarta leitura (Is 54, 5-14)
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Teu esposo é aquele que te criou, seu nome é Senhor dos exércitos; teu redentor, o Santo de Israel, chama-se Deus de toda a terra. O Senhor te chamou, como a mulher abandonada e de alma aflita; como a esposa repudiada na mocidade, falou o teu Deus. Por um breve instante eu te abandonei, mas com imensa compaixão volto a acolher-te. Num momento de indignação, por um pouco ocultei de ti minha face, mas com misericórdia eterna compadeci-me de ti, diz teu salvador, o Senhor. Como fiz nos dias de Noé, a quem jurei nunca mais inundar a terra, assim juro que não me irritarei contra ti nem te farei ameaças. Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor. Pobrezinha, batida por vendavais, sem nenhum consolo, eis que assentarei tuas pedras sobre rubis, e tuas bases sobre safiras; revestirei de jaspe tuas fortificações, e teus portões, de pedras preciosas, e todos os teus muros, de pedra escolhida. Todos os teus filhos serão discípulos do Senhor, teus filhos possuirão muita paz; terás a justiça por fundamento. Longe da opressão, nada terás a temer; serás livre do terror, porque ele não se aproximará de ti. 
Palavra do Senhor. 
℟.: Graças a Deus. 
 
Salmo responsorial (Sl 29)
 Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes! 
 Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo! 
 Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria. 
 Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!
 
Oração
Pres.: Oremos.
Deus eterno e todo-poderoso, para a glória do vosso nome, multiplicai o que prometestes aos nossos pais por causa da sua fé e aumentai pela adoção divina os filhos da promessa. Possa a Igreja reconhecer que já se realizou em grande parte a promessa da qual os santos Patriarcas jamais duvidaram. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
Ou alguma das orações que se diriam após as leituras eventualmente omitidas.
 
Quinta leitura (Is 55, 1-11)
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Assim diz o Senhor: “Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga. Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão; desperdiçar o salário, senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção, e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi. Eis que fiz dele uma testemunha para os povos, chefe e mestre para as nações. Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e acorrerão a ti povos que não te conheciam, por causa do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, que te glorificou. Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão. Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra. Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.” 
Palavra do Senhor. 
℟.: Graças a Deus. 

Cântico (Is 12)
 Com alegria bebereis do manancial da salvação. 
 Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação. 
 E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime. 
 Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”
 
Oração
Pres.: Oremos.
Deus eterno e todo-poderoso, única esperança do mundo, pela voz dos profetas anunciastes os mistérios que hoje se realizam. Aumentai benigno o fervor do vosso povo, pois nenhum dos vossos filhos poderá progredir na virtude sem o auxílio da vossa graça. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.

Sexta leitura (Br 3, 9-15. 32-4,4)
Leitura do Livro do Profeta Baruc.
Ouve, Israel, os preceitos da vida; presta atenção, para aprenderes a sabedoria. Que se passa, Israel? Como é que te encontras em terra inimiga? Envelheceste num país estrangeiro, e te contaminaste com os mortos, foste contado entre os que descem à mansão dos mortos. Abandonaste a fonte da sabedoria! Se tivesses continuado no caminho de Deus, viverias em paz para sempre. Aprende onde está a sabedoria, onde está a fortaleza e onde está a inteligência, e aprenderás também onde está a longevidade e a vida, onde está o brilho dos olhos e a paz. Quem descobriu onde está a sabedoria? Quem penetrou em seus tesouros? Aquele que tudo sabe, conhece-a, descobriu-a com sua inteligência; aquele que criou a terra para sempre e a encheu de animais e quadrúpedes; aquele que manda a luz, e ela vai, chama-a de volta, e ela obedece tremendo. As estrelas cintilam em seus postos de guarda e alegram-se; ele chamou-as, e elas respondem: “Aqui estamos”; e alumiam com alegria o que as fez. Este é o nosso Deus, e nenhum outro pode comparar-se com ele. Ele revelou todo o caminho da sabedoria a Jacó, seu servo, e a Israel, seu bem-amado. Depois, ela foi vista sobre a terra e habitou entre os homens. A sabedoria é o livro dos mandamentos de Deus, é a lei que permanece para sempre. Todos os que a seguem, têm a vida, e os que a abandonam, têm a morte. Volta-te, Jacó, e abraça-a; marcha para o esplendor, à sua luz. Não dês a outro a tua glória nem cedas a uma nação estranha teus privilégios. Ó Israel, felizes somos nós, porque nos é dado conhecer o que agrada a Deus. 
Palavra do Senhor. 
℟.: Graças a Deus. 

Salmo responsorial (Sl 18B)
 Senhor, tens palavras de vida eterna. 
 A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes. 
 Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz. 
 É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente. 
 Mais desejáveis do que o ouro são eles, do que o ouro refinado. Suas palavras são mais doces que o mel, que o mel que sai dos favos.

Oração
Pres.: Oremos.
Ó Deus, que fazeis vossa Igreja crescer sempre mais chamando para ela todos os povos, guardai sob a vossa contínua proteção os que purificais na água do Batismo. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
Sétima leitura (Ez 36, 16-17a. 18-28)
Leitura da Profecia de Ezequiel 
A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: “Filho do homem, os da casa de Israel estavam morando em sua terra. Mancharam-na com sua conduta e suas más ações. Então derramei sobre eles a minha ira, por causa do sangue que derramaram no país e dos ídolos com os quais o mancharam. Eu dispersei-os entre as nações, e eles foram espalhados pelos países. Julguei-os de acordo com sua conduta e suas más ações. Quando eles chegaram às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; pois deles se comentava: ‘Esse é o povo do Senhor; mas tiveram de sair do seu país!‘ Então eu tive pena do meu santo nome que a casa de Israel estava profanando entre as nações para onde foi. Por isso, dize à casa de Israel: ‘Assim fala o Senhor Deus: Não é por causa de vós que eu vou agir, casa de Israel, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor — oráculo do Senhor Deus — quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus.‘” 
Palavra do Senhor. 
℟.: Graças a Deus.

Salmo responsorial (Sl 41)
 A minh’alma tem sede de Deus. 
 A minh‘alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? 
 Peregrino e feliz caminhando para a casa de Deus, entre gritos, louvor e alegria da multidão jubilosa. 
 Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada! 
 Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus! 

Oração
Pres.: Oremos.
Ó Deus, força imutável e luz que não se apaga, olhai com bondade o mistério de toda a vossa Igreja e conduzi pelos caminhos da paz a obra da salvação que concebestes desde toda a eternidade. Que o mundo todo veja e experimente que se levanta o que estava caído, que o velho se torna novo e tudo volta à integridade primitiva por Cristo, princípio de todas as coisas. Ele, que vive e reina pelos séculos dos séculos.
℟.: Amém.
 
Ou:
Ó Deus, que nos escritos dos dois Testamentos nos ensinais a celebrar o mistério da Páscoa, fazei-nos compreender a vossa misericórdia, para que, recebendo os dons presentes, esperemos firmemente os que hão de vir. Por Cristo, nosso Senhor. 
℟.: Amém.

Hino de louvor
Depois da última leitura do Antigo Testamento, com seu salmo e sua oração acendem-se as velas do altar e o sacerdote entoa o hino Glória a Deus nas alturas, que todos cantam, enquanto se tocam os sinos, segundo o costume do lugar. 

Coleta
Terminado o hino, o sacerdote diz a Coleta como de costume.
Pres.: Oremos.
Ó Deus, que iluminais esta noite santa com a glória da ressurreição do Senhor, despertai na vossa Igreja o espírito filial para que, inteiramente renovados, vos sirvamos de todo o coração. Phor nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
℟.: Amém.

Carta (Rm 6,3-11)
O leitor proclama a leitura do Apóstolo.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos: Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado. Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.
Palavra do Senhor. 
℟.: Graças a Deus.

Ⓔ O Bispo depõe a mitra.

Aclamação ao Evangelho (Sl 117)
Terminada a Epístola, todos se levantam e o sacerdote entoa três vezes solenemente o Aleluia, elevando gradativamente a voz; e todos repetem.

Pres.: Aleluia!
℟.: Aleluia! 

Ou:
Pres: Aleluia! Aleluia! Aleluia!
℟.: Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Em seguida, o salmista ou cantor profere o Salmo 117, ao qual o povo responde com o Aleluia.

 
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia! A casa de Israel agora o diga: "Eterna é a sua misericórdia!"
— A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas! Não morrerei, mas ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor!
— A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: que maravilhas ele fez a nossos olhos!

O sacerdote, como de costume põe o incenso e abençoa o diácono. Ao Evangelho não se levam velas, mas só incenso.

Ⓔ O Bispo escuta o Evangelho como de costume, recebendo o báculo no início da leitura do Evangelho.
 
Evangelho
ANO A (Mt 28, 1-10)
ANO B (Mc 16, 1-7)
ANO C (Lc 24, 1-12)

Após o Evangelho, faz-se a homilia que, embora breve, não deve ser omitida.

TERCEIRA PARTE: 
LITURGIA BATISMAL

Após a homilia, procede-se à liturgia batismal. O sacerdote e os ministros dirigem-se ao batistério, se este pode ser visto pelos fiéis. Caso contrário, coloca-se o recipiente com água no próprio batistério.

Se houver Batismo, chamam-se os catecúmenos que são apresentados pelos padrinhos à Igreja reunida. Se houver crianças, serão apresentadas pelos pais e padrinhos.

Então, se houver procissão para o batistério ou para a fonte batismal, seja imediatamente organizada. Vai à frente o ministro com o círio pascal; seguem-no os batizandos com os padrinhos, ministros, o diácono e o sacerdote. Durante a procissão, canta-se a ladainha. Terminada a ladainha, o sacerdote faz a exportação. Ⓔ Neste caso, o Bispo vai ao batistério de mitra e báculo, depondo ao termino da procissão.

Se, porém, a liturgia batismal se realiza no presbitério, o sacerdote faz logo a exortação introdutória com estas palavras ou outras semelhantes:
 
Se houver Batismo:
Pres.: Caros fiéis, apoiemos com as nossas preces a alegre esperança dos nossos irmãos e irmãs, para que Deus todo-poderoso acompanhe com sua misericórdia os que se aproximam da fonte do novo nascimento.

Se não houver Batismo, mas só a bênção da fonte batismal:
Pres.: Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos sobre esta fonte a graça de Deus Pai todo-poderoso, para que em Cristo sejam reunidos aos filhos adotivos aqueles que renascerem pelo Batismo.

LADAINHA DE TODOS OS SANTOS

Dois cantores entoam a ladainha, à qual todos respondem de pé (por ser tempo pascal).

Mas se for necessário fazer uma procissão mais longa até o batistério, canta-se a ladainha durante a procissão, tendo-se chamado antes os que vão receber o Batismo. A procissão é precedida pelo círio pascal, seguido pelos catecúmenos com os padrinhos, e depois pelos ministros, o diácono e o sacerdote. Neste caso, a exortação é feita antes da bênção da água.
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Se não houver batismo nem bênção de fonte batismal, omite-se a ladainha e procede-se logo à bênção da água, como adiante.
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Na ladainha, podem-se acrescentar alguns nomes de santos, sobretudo do titular da igreja ou dos padroeiros do lugar e daqueles que serão batizados.

Ⓗ Pode-se usar a ladainha adaptada.

 Senhor, tende piedade de nós.
℟.: Senhor, tende piedade de nós.
 Cristo, tende piedade de nós.
℟.: Cristo, tende piedade de nós.
 Senhor, tende piedade de nós.
℟.: Senhor, tende piedade de nós.
 
 Santa Maria, mãe de Deus,
℟.: rogai por nós.
 São Miguel,
℟.: rogai por nós.
— Santos Anjos de Deus,
℟.: rogai por nós.
— São João Batista,
℟.: rogai por nós.
— São José,
℟.: rogai por nós.
— São Pedro e São Paulo,
℟.: rogai por nós.
 Santo André,
℟.: rogai por nós.
— São João,
℟.: rogai por nós.
 Santa Maria Madalena,
℟.: rogai por nós.
 Santo Estevão,
℟.: rogai por nós.
— Santo Inácio de Antioquia,
℟.: rogai por nós.
— São Lourenço,
℟.: rogai por nós.
 Santas Perpetua e Felicidade,
℟.: rogai por nós.
— Santa Inês,
℟.: rogai por nós.
— São Gregório,
℟.: rogai por nós.
 Santo Agostinho,
℟.: rogai por nós.
— Santo Atanásio,
℟.: rogai por nós.
— São Basílio,
℟.: rogai por nós.
— São Martinho,
℟.: rogai por nós.
— São Bento,
℟.: rogai por nós.
— São Francisco e São Domingos,
℟.: rogai por nós.
— São Francisco Xavier,
℟.: rogai por nós.
— São João Maria Vianney,
℟.: rogai por nós.
 Santa Catarina de Sena,
℟.: rogai por nós.
— Santa Teresa de Jesus,
℟.: rogai por nós.
 Todos os santos e santas de Deus,
℟.: rogai por nós.

 Sede-nos propício,
℟.: livrai-nos, Senhor.
— De todo mal,
℟.: livrai-nos, Senhor.
— De todo pecado,
℟.: livrai-nos, Senhor.
— Da morte eterna,
℟.: livrai-nos, Senhor.
— Pela vossa encarnação,
℟.: livrai-nos, Senhor.
— Pela vossa morte e ressurreição,
℟.: livrai-nos, Senhor.
— Pela efusão do Espírito Santo,
℟.: livrai-nos, Senhor.

 Apesar de nossos pecados,
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Se houver batismo
 Para que vos digneis dar a nova vida aos que chamastes ao Batismo,
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

Se não houver Batismo
 Para que santifiqueis com a vossa graça esta fonte, onde renascerão os vossos filhos,
℟.: Ouvi-nos, Senhor.
 
Ⓗ De qualquer modo prossegue-se
 Jesus, Filho do Deus vivo.
℟.: Ouvi-nos, Senhor.

 Cristo, ouvi-nos.
℟.: Cristo, ouvi-nos.
 Cristo, atendei-nos.
℟.: Cristo, atendei-nos.

Se houver Batismo, o sacerdote, de mãos estendidas, diz a seguinte oração:
Pres.: Deus eterno e todo-poderoso, manifestai a vossa presença nos sacramentos do vosso grande amor. Enviai o espírito de adoção para criar um novo povo, nascido para vós nas águas do Batismo. E assim, pelo vosso poder, se realize plenamente o mistério confiado ao nosso humilde serviço. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
BÊNÇÃO DA ÁGUA BATISMAL

O sacerdote abençoa a água batismal dizendo, de mãos estendidas, a seguinte oração:
Pres.: Ó Deus, pelos sinais visíveis dos sacramentos, realizais maravilhas invisíveis. Ao longo da história da salvação, vós vos servistes da água para fazer-nos conhecer a graça do Batismo. Já na origem do mundo, vosso Espírito pairava sobre as águas para que elas concebessem a força de santificar. Nas próprias águas do dilúvio prefigurastes o nascimento da nova humanidade, de modo que a mesma água sepultasse os vícios e fizesse nascer a santidade. Concedestes aos filhos de Abraão atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto, para que, livres da escravidão, prefigurassem o povo nascido na água do Batismo. Vosso Filho, ao ser batizado nas águas do Jordão, foi ungido pelo Espírito Santo. Pendente da cruz, do seu coração aberto pela lança fez correr sangue e água. Após sua ressurreição, ordenou aos Apóstolos: “Ide, fazei meus discípulos todos os povos, e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” Olhai agora, ó Pai, a vossa Igreja, e fazei brotar para ela a água do Batismo. Que o Espírito Santo dê, por esta água, a graça do Cristo, a fim de que o ser humano, criado à vossa imagem, seja lavado da antiga culpa pelo Batismo e renasça pela água e pelo Espírito Santo para uma vida nova.

E, se for oportuno, mergulhando uma ou três vezes o círio pascal na água, prossegue:
Nós vos pedimos, ó Pai, que por vosso Filho desça sobre toda esta água a força do Espírito Santo. 
 
e, mantendo o círio na água, continua:
E todos os que, pelo Batismo, forem sepultados na morte com Cristo, ressuscitem com ele para a vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
℟.: Amém.
 
Retira, então, o círio da água, enquanto a assembleia aclama:
℟.: Fontes do Senhor, bendizei o Senhor! Louvai-o e exaltai-o para sempre!
 
Terminada a bênção da água batismal e feita a aclamação da assembleia, o sacerdote de pé interroga os adultos e os pais ou padrinhos das crianças para que façam a renúncia, conforme se determina no respectivo Ritual Romano. Ⓔ O Bispo o faz de mitra e báculo.

Se a unção do óleo dos catecúmenos adultos não for feita antes, durante os ritos de preparação imediata, faz-se neste momento.

Então o sacerdote interroga cada um dos adultos sobre a fé, e, no caso de crianças, pede-se a tríplice profissão de fé de todos os pais e padrinhos juntos, como se indica nos respectivos Rituais. Ⓔ O Bispo depõe o báculo.

Onde nesta noite forem muitos os batizados, pode-se organizar o rito de tal forma que, logo depois da resposta dos batizandos, padrinhos e pais, quem preside peça e receba as promessas batismais de todos os presentes.

Terminadas as interrogações, o sacerdote batiza os eleitos adultos e crianças.

Depois do Batismo, o sacerdote unge as crianças com Crisma. A todos, porém, adultos ou crianças, entrega-se a veste branca. Então, o sacerdote ou o diácono recebe o círio pascal as mãos do ministro e acendem-se as velas dos recém-batizados. Omite-se o rito Effetha para as crianças.

Depois disso, a não ser que a ablução batismal e os ritos explicativos tenham sido feitos no presbitério, volta-se a ele em procissão, organizada como antes, com os batizados, os padrinhos e os pais carregando as velas acesas. Durante a procissão, canta-se Eu vi ou outro cântico adequado.

Se adultos forem batizados, o Bispo ou, em sua ausência, o presbítero que batizou ministre imediatamente o sacramento da Crisma no presbitério, conforme indicado no Pontifical ou Ritual Romano.
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BÊNÇÃO DA ÁGUA
QUANDO NÃO SE BENZE A FONTE BATISMAL

Se não houver Batismo nem bênção da fonte batismal, o sacerdote benze a água para a aspersão do povo com a seguinte oração:
Pres.: Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos o Senhor nosso Deus para que se digne abençoar esta água, que vai ser aspergida sobre nós, recordando o nosso Batismo. Que ele se digne renovar-nos, para que permaneçamos fiéis ao Espírito que recebemos.
 
E, após um momento de silêncio, prossegue de mãos unidas:
Senhor nosso Deus, velai sobre o vosso povo e, nesta noite santa em que celebramos a maravilha da nossa criação e a maravilha ainda maior da nossa redenção, dignai-vos abençoar esta água. Fostes vós que a criastes para fecundar a terra, para lavar nossos corpos e refazer nossas forças. Também a fizestes instrumento da vossa misericórdia: por ela libertastes o vosso povo do cativeiro e aplacastes no deserto a sua sede; por ela os profetas anunciaram a vossa aliança que era vosso desejo concluir com a humanidade; por ela finalmente, consagrada pelo Cristo no Jordão, renovastes, pelo banho do novo nascimento, a nossa humanidade ferida pelo pecado. Que esta água seja para nós uma recordação do nosso Batismo e nos faça participar da alegria dos que foram batizados na Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor. 
℟.: Amém. 
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RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO

Após o rito do Batismo (e confirmação), ou, se não houver Batismo, após a bênção da água, todos, de pé e com velas acesas nas mãos, renovam as promessas do Batismo, junto com os que vão ser batizados, a não ser que isso tenha sido feito anteriormente.

Ⓔ O Bispo, de mitra e báculo, estando de pé voltado para o povo, recebe a renovação das promessas da fé batismal dos fiéis.

O sacerdote dirige-se aos fiéis com estas palavras ou outras semelhantes:
Pres.: Meus irmãos e minhas irmãs, pelo mistério pascal fomos no Batismo sepultados com Cristo para vivermos com ele uma vida nova. Por isso, terminados os exercícios da Quaresma, renovemos as promessas do nosso Batismo, pelas quais já renunciamos a Satanás e suas obras, e prometemos servir a Deus na santa Igreja católica. Portanto: 
 
Pres.: Renunciais ao demônio?
℟.: Renuncio. 
Pres.: E a todas as suas obras?
℟.: Renuncio. 
Pres.: E a todas as suas seduções?
℟.: Renuncio. 
Ou:
Pres.: Renunciais ao pecado para viver na liberdade dos filhos de Deus?
℟.: Renuncio. 
Pres.: Renunciais a tudo que causa desunião para viver como irmãos e irmãs e para que o pecado não domine sobre vós? 
℟.: Renuncio. 
Pres.: Renunciais ao demônio, autor e princípio do pecado, para seguir Jesus Cristo?
℟.: Renuncio. 
Se for o caso, esta segunda fórmula poderá ser adaptada pelas Conferências Episcopais, conforme as necessidades do lugar.
 
Em seguida, o sacerdote prossegue:
Pres.: Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra? 
℟.: Creio.
Pres.: Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai?
℟.: Creio.
Pres.: Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição dos mortos e na vida eterna?
℟.: Creio. 
 
Pres.: O Deus todo-poderoso, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, nos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo e nos concedeu o perdão dos pecados, ele nos guarde em sua graça para a vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
℟.: Amém.
 
Ⓔ O Bispo depõe o báculo e permanece de mitra.

O sacerdote asperge o povo com a água benta, enquanto todos cantam:

Canto:
1. Eu vi, eu vi, vi foi água a manar,
do lado direito do templo a jorrar:

Refrão
Amém, Amém, Amém, Aleluia!
Amém, Amém, Amém, Aleluia!

2. E quantos foram por ela banhados
cantaram o canto dos que foram salvos:

3. Louvai, louvai e cantai ao Senhor,
porque ele é bom e sem fim, seu amor:

4. Ao Pai a glória e ao Ressuscitado
e seja o Divino pra sempre louvado!

Pode-se também entoar outro canto referente ao Batismo.
 
Enquanto isso, os recém-batizados são conduzidos ao seu lugar entre os fiéis. 

Se a bênção da água batismal não foi feita no batistério, o diácono e os ministros transportam-na com reverência à fonte batismal.

Se não houve bênção da fonte batismal, a água benta é colocada em lugar conveniente.
 
Ⓔ O Bispo depõe a mitra.

Terminada a aspersão, o sacerdote volta à cadeira, de onde, omitido o Creio, preside a oração dos fiéis, da qual os recém-batizados participam pela primeira vez.
 
QUARTA PARTE: 
LITURGIA EUCARÍSTICA

O sacerdote vai ao altar e começa, como de costume, a Liturgia Eucarística.

Convém que o pão e o vinho sejam trazidos pelos recém-batizados ou, se são crianças pequenas, por seus pais ou padrinhos.
 
Sobre as oferendas
Acolhei, Senhor, com estas oferendas as preces do vosso povo, e fazei que o sacrifício inaugurado no mistério pascal nos sirva, por vossa graça, de remédio para a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor

Prefácio da Páscoa I: O mistério pascal (louvar-vos nesta noite).

Na oração eucarística lembram-se os batizados e seus padrinhos, usando-se as fórmulas que se encontram no Missal e no Ritual Romano para cada oração eucarística.

Antes do Eis o Cordeiro de Deus, o sacerdote pode com breves palavras lembrar aos recém-batizados que eles vão receber pela primeira vez a sagrada Comunhão, e como é precioso tão grande mistério que é o ponto culminante da iniciação e o centro de toda a vida cristã.

Convém que os recém-batizados recebam a sagrada Comunhão sob duas espécies, junto com seus padrinhos e madrinhas, parentes e esposos católicos, como também os catequistas leigos.

Convém igualmente que, com o consentimento do Bispo diocesano, onde as circunstâncias o recomendam, todos os fiéis sejam admitidos à comunhão sob duas espécies.

Antífona da comunhão (1 Cor 5, 7-8)
Nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado. Celebremos a festa, não com velho fermento, mas com pães ázimos de pureza e de verdade, aleluia!

Se for oportuno, canta-se o Salmo 117.

Depois da comunhão
Derramai em nós, Senhor, o Espírito do vosso amor, e fazei que vivam concordes na piedade os que saciastes com os sacramentos pascais. Por Cristo, nosso Senhor.

Bênção solene
Pres.: Deus todo-poderoso vos abençoe nesta solenidade pascal e vos proteja contra todo pecado.
℟.:Amém.
Pres.: Aquele que vos renova para a vida eterna, pela ressurreição do seu Filho vos enriqueça com o dom da imortalidade.
℟.: Amém.
Pres.: E vós que, transcorridos os dias da paixão do Senhor, celebrais com júbilo a festa da Páscoa, possais chegar, pela graça de Deus, com o coração exultante à festa das eternas alegrias.
℟.: Amém.
Pres.: E a bênção de Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo, desça sobre vós e permaneça para sempre.
℟.: Amém.
 
Podem ser usadas também as fórm ulas de bênçãos finais do Rito do Batismo de adultos ou de crianças, conforme o caso.

Para despedir o povo, o diácono, ou, na sua ausência, o próprio sacerdote canta ou diz:
℣.: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia!
℟.: Graças a Deus, aleluia, aleluia!

E assim se faz durante toda a oitava da Páscoa.

O círio pascal se acende em todas as celebrações litúrgicas solenes deste tempo.